Então

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fabrício Fortes



e "vezenquando " a gente entende o que se passar pela cabeça de alguém..
mas só "vezenquando".

Ou Daqui a 50 Anos
Vezenquando ela é doce,
com as mãos entre meus cabelos.
Sorri e flutua pelo quarto
e pede uma frase bonita
e chora e tira sua roupa
e esquece a hora de voltar pra casa.

Vezenquando ela deita ao meu lado
e fica ao meu lado e dorme ao meu lado
e inventa um novo nome para o amor
ao meu lado.

Vezenquando ela existe
de um jeito estranho e comovente.
Vezenquando ela canta
como um anjo silencioso.
Vezenquando ela mata;
vezenquando ela é triste;
vezenquando ela vem e me abraça
feito criança assustada.

Vezenquando ela vem e me esquece;
vezenquando ela vai e não volta;
vezenquando ela muda de vida;
vezenquando ela deixa tudo pra amanhã.

(Mas amanhã eu nunca mais a encontrei).

Fabrício Fortes

Fabrício Fortes nasceu no interior gaúcho em 1979. Foi três vezes premiado no Concurso Literário Felippe D’Oliveira (Santa Maria – RS): 1° lugar na modalidade Crônica em 2005 com “Intervalo de Almoço”, menção honrosa na modalidade poesia em 2006 com “A Não-Palavra” e 2° lugar também na modalidade poesia em 2007 com “Desinstante”. Teve poemas publicados na antologia poética O labirinto de espelhos (Maringá: DeLeon, 2007). Administra o blog literário Notas sujas desde 2005, e é colaborador da revista Nova Águia (Portugal). Possui Graduação em Filosofia pela universidade Federal de Santa Maria, e atualmente é aluno do curso de Mestrado em filosofia da mesma instituição.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não consigo vezenquando
ler o teu blog,devo fazê-lo
diariamente ,pois,é muito
bom.

Fabrício Fortes disse...

Obrigado pela publicação do meu poema, caríssima. :)